terça-feira, 29 de maio de 2012

Relato de parto do Nathan


Era uma segunda feira quando decidimos parar de prevenir uma nova gestação, eu não esperava engravidar tão rápido, já que depois que liberamos da outra vez foram seis meses para eu engravidar, mas na sexta feira quando fui colocar a Sarah para dormir ela começou a falar da Gabriela, que era muito pequena ainda, que não andava, não comia, não sentava e varias outras coisas. Depois de mais de uma hora com ela falando desta tal Gabriela, resolvi perguntar quem era esta Gabriela. Ela fez uma cara com se fosse a coisa mais obvia do mundo, me olhou e disse ‘é o bebê que está na sua barriga!’ depois disso não tocou mais no assunto.
Quase 20 dias depois, no dia do meu aniversário, com 3 dias de atraso, fiz o teste e deu positivo, teríamos mais um bebê!
Eu tinha duas datas prováveis, dia 2 era pela menstruação, que coincidia com a do ultrassom. Outra data minha, dia 9, esta pela concepção. Eu havia engravidado na quarta feira, entre a segunda que paramos de usar camisinha e a sexta em que a Sarah me disse que havia um bebê, não poderia ser em outra data.

Nas outras gestações não me lembro de ter ficado ansiosa. Não arrumamos nada até 37 semanas, só que depois disso arrumamos e já fiquei na expectativa.
Em algum momento antes 39 semanas comecei a ter umas contrações doloridas, mas bem fraquinhas. Isto me fez ficar ainda mais na expectativa, principalmente quando a Sarah mamava, pensava ‘será que vai ser agora’, mas ela mamava e sempre nada acontecia.
Dia 5 era maior lua do ano, dia da parteira, achei que seria um ótimo dia para nascer, resolvi me tocar e descobri que já havia alguma dilatação.
Consulta com 40 semanas. Eu nunca gostei de exame de toque, mas eu queria saber o que era o que eu havia sentido me tocando, estava com 1cm.
Dia 13, dia das mães, seria uma dia bom para nascer, uma coisa ‘romântica’, mas nada...
41 semanas, ultrassom para monitorar e no dia seguinte consulta, estava com 3cm, o que me fez pensar que logo nasceria, ainda mais que dois dias antes namoramos e tive uma seqüência de contrações, umas 6 em uma hora, fraquinhas. Achei interessante estar com 3cm porque eu havia me tocado e pareceu que nada havia mudado.
Eu não queria fazer acupuntura nem nada para induzir, queria entrar em trabalho de parto sem nada, eu estava tranqüila e ao mesmo tempo ansiosa.
Passamos a namorar mais do que em qualquer outra época desde o nascimento do Elias, passei a tomar chá de maça com canela, um chá que eu adoro, mas que fazia tempo que não tomava. Também saímos para caminhar.
Na sexta, 41+2, pensei no que mais tinha de ‘indução natural’ para eu fazer sem ser o chá, caminhar e namorar, lembrava que tinha mais coisa, mas não lembrava o que. Coloquei no Google para ver se lembraria e a primeira que apareceu foi uma que dizia para diminuir o ritmo de trabalho. Ok, decidi parar de costurar, voltar só depois que o bebê nascesse e também ir mesmo ao computador.
Sábado saímos a pé com as crianças, entre sairmos e voltarmos foram duas horas e tive 3 contrações fracas, mas mais fortes do que as que já estava tendo, que também continuaram.
Fiquei pensando que se fosse o mesmo tempo da gestação do Elias, nasceria no sábado, mas era para esta ser a minha gestação mais longa...
A Sarah mamou a noite, de manhã e nada novamente.
Durante o domingo também tive ao longo do dia umas 4 contrações mais fortes que as demais, isto além das fraquinhas.
Novamente a Sarah mamou a noite, pela manhã, além de ter acordado e mamado umas 6 vezes de madrugada, deixei ela mamar o quanto queria, mesmo assim nada, nenhuma contração com ela mamando.
Segunda feira, 41+5. Ultrassom novamente para monitorar, já estava ficando de saco cheio de fazer exames. Decidimos começar com homeopatia e tentar acupuntura.
Eu estava muito brava, me sentindo pressionada e sozinha, como se fosse culpa minha o bebê não nascer, como se os outros colocassem esta culpa em mim.
No final da tarde começamos com homeopatia, óleo de prímula, a Sarah mamou, namoramos, tomei chá de canela e pareceu não acontecer nada.
A Sarah acordou novamente ‘a madrugada toda’ para mamar e pela primeira vez tive umas 3 contrações com ela mamando, ao longo de uma ou duas horas no começo da manhã.
Acordei achando ‘é hoje’, mas não quis avisar ninguém porque estava tão ansiosa que achei que pudesse ser apenas expectativa minha, falei somente com as crianças que nasceria ‘hoje ou amanhã’.
Levantei e as contrações vieram de 15 em 15 minutos. Decidi que ligaria para Márcia e/ou Priscila para avisar e ver também se ainda faria a acupuntura, mas as contrações pararam antes que eu ligasse, na verdade espaçaram muito, ficaram com cerca de 1 hora de intervalo, algumas com mais tempo.
Eu não queria mais enrolar aquilo, não queria apressar nada, mas estava cheia tudo, queria parar tudo ‘pare o mundo que eu quero descer’, então fomos para acupuntura. Aparentemente nada mudou depois da acupuntura.
Fomos para consulta com a Márcia, ela falou de fazer uma massagem no colo com óleo de prímula, que tem prostaglandina. Falei para ela das contrações, que agora estavam espaçadas em cerca de 1 hora, mas que hoje estava diferente, que pela primeira vez tive contrações com a Sarah mamando.
Fomos à massagem, ela disse que eu estava com 6cm, falou que nem ia mexer porque se não podia estourar a bolsa.
Ela lembrou que com o Elias foi assim, mas era diferente porque na dele eu achava que era algo e estava com contrações ritmadas.
Combinamos que eu daria mamá para Sarah para ver se desencadearia, se não acontecesse nada até quinta tentaríamos alguma outra coisa.
Ela ligou para Priscila e disse que eu estava em fase latente. Depois comentou comigo que poderia ficar assim e de repente estourar a bolsa e nascer em algumas contrações.

Fomos para casa e no caminho tive 3 contrações, 10min e 50min de intervalo. Cheguei em casa e resolvi tomar um banho de banheira, relaxar um pouco antes de tudo começar. O Coruja foi arrumar lá atrás, eu já daria banho nas crianças, daríamos janta e colocaria a Sarah para mamar, com tudo já arrumado e preparado, com as crianças de banho tomado e alimentadas.
Nesta hora eu queria me tocar para sentir como era o que ela descrevia, eu tinha me tocado no trabalho de parto da Sarah, mas não entendia o que era, desta vez eu tinha a oportunidade de saber, mas fiquei com receio de estourar a bolsa e achei melhor só pensar nisto depois que tivesse tudo arrumado, inclusive as crianças.
O Coruja arrumou lá atrás, as crianças entraram no banho comigo. Ele queria sair para comprar alguma coisa, eu disse que achava melhor ele não ir, não deu tempo nem de me lavar, nem de lavar os dois, mal falei que era melhor ele não sair a bolsa estourou. Levantei da banheira e fui me enxugar enquanto ele ligava para Márcia. Acabei de me enxugar e falei com ela, a água da banheira continuava da mesma cor, isto era 17h35.
As contrações ficaram bem mais freqüentes, mas não doloridas, aos poucos começaram a vir mais contrações fortes, mas eu me sentia plenamente consciente, não estava na partolandia, o Coruja foi tirar as crianças do banho e dar algo para eles comerem, eu fui para o chuveiro ia falando para ele quando tinha contrações para ele ter uma idéia do intervalo que elas vinham, depois fui para o quarto ele ficava o tempo todo indo e vindo entre eu e as crianças, depois ficou comigo e segurava o pufe numa posição que ficou melhor para mim.
Eu saí rápido da banheira e daí telefonamos e tudo mais, a Sarah deve ter sentido que tinha alguma coisa, ela veio para o quarto depois que vestiu e disse ‘estourou a bolsa’ daí eu vi que estava apreensiva e com cara de choro, eu disse que era normal que só queria dizer que o bebê estava vindo, que dela também tinha estourado a bolsa antes dela nascer, então ela se acalmou e foi comer.
Conforme foi ficando mais intenso, parei de falar quando tinha contração, e foi ficando muito intenso, com a dor bem diferente da dos outros partos, a dor se concentrava na barriga indo para virilha e parecia não aliviar conforme a posição, tentei ir para o chuveiro novamente umas duas vezes, numa delas num banquinho, mas parecia que nada adiantava.
As crianças vieram para o quarto, mas me irritava eles falarem, pedi para ficarem quietos, mas eles falavam, o Coruja pediu para eles ficarem quietos e isto me irritava ainda mais, então ele pediu para os dois ficarem na sala brincando.
A Márcia chegou não sei que horas, mas eu estava num misto começando a entrar na partolandia, com bastante contrações, algumas ainda fracas, mas a maioria forte e cada vez mais intenso.
Teve uma hora que pareceu que as contrações espaçaram muito, para mim pareceu uns 10min e eu queria dormir. Depois do parto o Coruja comentou que as contrações vinham com intervalo de 1 ou 2 minutos e que uma hora espaçou em uns 3min e eu acho que foi nesta hora que para mim pareceu 10min.
Senti o bebê descendo dentro de mim, mas foi diferente do que senti no parto da Sarah, pareceu menos claro, eu estava também mais consciente e ia falando o que ia sentindo.
Depois de um tempo tive puxo em umas contrações, passou por algumas e voltou a ter em todas, senti o bebê vindo, o Coruja parou de apoiar o pufe e veio para pegar o bebê, eu queria que ele ficasse mais um pouco ali que ainda faltava um pouco para o bebê nascer.
Senti o bebê descendo na vagina e uma pressão muito forte, uma sensação de que eu ia rasgar, me lembrando mais o parto do Elias do que o da Sarah, sentia a cabeça indo e vindo cada vez mais, coloquei a mão e senti a cabeça, a cabeça saiu num misto de dor e alivio. O corpo saindo parecia que alguém puxava o bebê, mas era apenas ele escorregando.
Me virei e vi no meio das pernas dele uma bola inchada: um menino! Peguei no colo e falei ‘chama as crianças’. Nathan nasceu às 19h23.
A Priscila chegou, acho que antes da placenta sair, mas não tenho certeza disto.
A placenta saiu, inteira, não ficou nenhum pedaço de membrana e não teve sangramento a mais desta vez.
Coloquei-o para mamar, ele ficou namorando o peito um tempão e demorou para mamar. O Coruja foi falar de ver o sexo e eu falei que era um menino, que eu já tinha visto. Ele foi contar para o meu pai e telefonou para algumas pessoas.
O Elias tirou muitas fotos, fui tomar banho, pesaram 3550g e vestiram o Nathan.

A Sarah deu uma boneca de presente para Márcia, então o Elias começou a trazer um monte de ‘presentes’ para as duas. Jantei alguma coisa, vimos se as crianças queriam comer, fomos deitar umas 22h, só então a Sarah mamou.

2 comentários:

  1. Muito legal!!! Parabéns, me fez viajar para o próximo parto, gostei também do relato da amamentação, esses dias me perguntaram quando ia desmamar a minha filha de 9 meses e eu respondi: sei lá, quando ela quiser!!!! E ficam me olhando parecendo uma doida. Botei muita fé!

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